O primeiro leilão portuário de 2025, realizado na última quarta-feira, atraiu forte concorrência e resultou na arrematação de quatro áreas estratégicas, reforçando a atratividade da infraestrutura portuária brasileira e o interesse crescente de grandes players do setor logístico.
A advogada Natasha Lage de Oliveira França, especialista em regulação e controle do escritório Piquet, Magaldi e Guedes Advogados, analisou os resultados com destaque para o dinamismo da concorrência no Porto de Paranaguá:
“Para as áreas no Porto de Paranaguá, verificou-se acirrada disputa nos lances à viva voz. Dentre as empresas interessadas nos ativos portuários leiloados, observou-se a presença de fortes nomes com tradição no setor portuário, como a ICTSI Américas, Rocha Granéis, Cargill, Interalli Grãos, Louis Dreyfus e Amaggi, além de fundos de investimentos e bancos privados, como o BTG Pactual e a Infra II Investment”, destacou.
Segundo a especialista, o aumento na demanda por terminais portuários está diretamente ligado à perspectiva de recordes na produção de grãos, especialmente soja, em 2025.
“Para o escoamento do granel vegetal e sua comercialização no mercado internacional, cada vez mais empresas incorporam as soluções logísticas como um elo em suas cadeias produtivas, fenômeno chamado de verticalização”, explica.
A infraestrutura do Porto de Paranaguá foi outro fator de destaque. De acordo com Natasha, a gestão descentralizada do porto, realizada por meio de convênio de delegação com o Governo Federal, tem sido fundamental para atrair investimentos:
“A descentralização da gestão portuária se reflete no desenvolvimento de projetos mais convidativos à iniciativa privada, permitindo o direcionamento eficiente dos valores angariados nos leilões portuários.”
Entre os destaques do leilão, a área PAR14 foi arrematada pelo BTG Pactual Commodities, com outorga de R$ 225 milhões e previsão de R$ 529 milhões em investimentos. A área PAR15 foi conquistada pela Cargill, com R$ 411 milhões em outorga e R$ 293 milhões de investimentos. Já a PAR25 ficou com o Consórcio ALDC (Amaggi e Louis Dreyfus), com lance de R$ 219 milhões.
No Porto do Rio, a área RDJ11 foi arrematada pelo Consórcio Porto do Rio de Janeiro, que conta com a Triunfo Logística. Apesar de ter tido apenas uma proposta, o arrendamento prevê ampliação da capacidade operacional e modernização da infraestrutura, fortalecendo a rede logística fluminense no escoamento de granéis e produtos siderúrgicos.
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